Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal realizou a prisão do cacique Delfino Borvão em sua residência, sob acusações que, segundo familiares e lideranças locais, são infundadas. A ação causou forte comoção na comunidade indígena, que denuncia perseguição e criminalização das lideranças legítimas da aldeia.

De acordo com integrantes da comunidade, Delfino Borvão é reconhecido por sua trajetória de luta em defesa dos direitos do povo Guarani e Kaiowá e por sua atuação na busca por melhorias sociais e territoriais. Para eles, a prisão representa mais um capítulo na tentativa de enfraquecer a resistência das lideranças indígenas que se opõem a interesses externos.

O que causa ainda mais indignação entre os membros da aldeia é o fato de que o verdadeiro responsável pelos conflitos e atos violentos denunciados na região, segundo eles, seria Odeir Pavão, liderança tradicionalmente associada a episódios de intimidação e disputa interna. Apesar das diversas acusações que recaem sobre ele, Pavão segue em liberdade.

Organizações indígenas e defensores dos direitos humanos já se mobilizam para prestar apoio jurídico ao cacique Delfino Borvão e exigem que as autoridades revejam a condução do caso, respeitando o devido processo legal e evitando criminalizações seletivas.

A prisão reacende o debate sobre a atuação das forças policiais em territórios indígenas e a necessidade de garantir o respeito à autonomia e à autodeterminação das comunidades.

Nota: Até o fechamento desta matéria, a Polícia Federal ainda não havia divulgado detalhes oficiais sobre a motivação da prisão nem sobre os desdobramentos do caso.